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  • Foto do escritorVivian Laube

Coloque a sua máscara primeiro.


Ao final dos meus cursos, costumo fazer uma rodada de checagem para saber como as pessoas saem, quais seus “ahas”, quais fichas caíram. É um momento de colher o melhor de todos os feedbacks, porque as pessoas estão no calor do aprendizado e os depoimentos são muito verdadeiros.


Num dos cursos, uma aluna disse mais ou menos assim: “entendi que comunicação não violenta é como quando a gente está no avião, recebendo instruções para o caso de acidente, e a gravação diz – em caso de despressurização, máscaras cairão sobre sua cabeça, coloque primeiro a sua para depois ajudar a pessoa ao lado. Ou seja, temos que cuidar primeiro de nós para depois cuidarmos do outro”.


Na hora eu disse: vou usar isso nos meus cursos a partir de agora! Achei fantástico! Perfeito!


Gosto de dizer que CNV – comunicação não violenta não é uma técnica, nem uma metodologia, mas um caminho para nos conhecermos melhor e olharmos as situações que acontecem, através do pescoção da girafa, ou seja, de um outro lugar. Um lugar de afastamento, no qual não precisamos reagir, nem emitir opiniões no calor do acontecimento. Um lugar de respirar, conectar primeiro comigo, com meus sentimentos naquele momento, e com minhas necessidades não atendidas. Um lugar de acionar o enorme coração da girafa e olhar o outro com humanidade e compaixão.


Marshal Rosenberg diz “o que os outros fazem pode ser o estímulo para nossos sentimentos, mas não a causa”. A CNV nos convida a reconhecer nossos sentimentos a partir das nossas necessidades, entendendo que o fato em si, o que o outro faz, aquela situação ou atitude, tem significado que eu quero dar, da minha interpretação, do meu julgamento. Ou seja, a responsabilidade pelo meu sentir é totalmente minha e vem das minhas necessidades não atendidas, ou atendidas.


Cada um de nós, ao longo da vida, vai desenvolvendo crenças, medos, inseguranças, conceitos de si mesmo. Por vezes, quando alguém nos diz algo, isso nos afeta com muita força, e culpamos o outro pelo que ele está nos fazendo sentir, quando na verdade, outra pessoa, na mesma situação, talvez sentisse algo totalmente diferente. O que ofende um, pode ser elogio para o outro. Por isso, a responsabilidade é nossa, e vem principalmente da consciência do ser que eu sou de verdade, do que deixa minha vida mais feliz ou do que me entristece. Mas isso, definitivamente, não é culpa nem é problema do outro.


Nos cursos sempre digo que CNV é eu comigo, e que não tem problema se o outro não sabe nada sobre isso, pois a mudança é minha, comigo, e a partir disso, com o outro. Independente do conhecimento dele e da atitude dele.


Ter consciência disso me coloca num lugar de escolha, e não de reação.


Brene Brown diz que a alfabetização emocional é tão importante quanto a aquisição de uma língua”. Ela explica que é também pré-requisito para a empatia.


O exercício da empatia inicia com a autoempatia, pois somente quando tenho capacidade de reconhecer o que sinto e o que é importante para deixar minha vida melhor, cuidando de mim, tendo autocompaixão, autoperdão, é que eu vou poder perceber o outro na sua humanidade.


Vivian Laube

LF Comunicação Integrada

@lfcomintegrada

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